O arquiteto polonês constrói em São Paulo uma casa temporária no terraço da Casa do Povo, na qual viverá durante três semanas. O projeto faz parte do programa de apresentação da cultura polonesa no Brasil, realizado por Culture.pl.
Uma moradia efêmera de Jakub Szczęsny, autor de "Casa Keret" em Varsóvia, será erguida no terraço da Casa do Povo - instituição criada por imigrantes e refugiados judeus, na sua maioria poloneses. Durante três semanas, a instalação servirá como um refúgio para o artista. A instalação ainda contará com intensa programação que inclui projeções, performances, celebrações, além de encontros de ativistas, artistas, estrangeiros, refugiados e outros desarraigados. Diante da escalada de atitudes nacionalistas e xenofóbicas em todo o mundo, o projeto "Refúgio polonês" pretende provocar reflexões sobre as migrações e as atuais políticas de refugiados, e lembrar que a construção da identidade resulta de vários processos complexos.
O projeto na Casa do Povo será acompanhado pela publicação "O quão polonês você se sente hoje? Percursos e desvios poloneses", que apresenta o papel dos emigrantes poloneses e da comunidade polonesa na formação da cidade de São Paulo e do seu imaginário. A publicação é editada pela Casa do Povo (Benjamin Seroussi e Mariana Lorenzi) e pela Editora Narrativa Um, com textos do historiador Roney Cytrynowicz, do urbanista Renato Cymbalista e com introdução do filósofo Peter Pál Pelbart. O lançamento do livro acontecerá no dia 26 de novembro de 2016, às 16h, em Casa do Povo.
O projeto é organizado pela Casa do Povo, Stowarzyszenie Artanimacje e Instituto Adam Mickiewicz sob a sua marca emblemática Culture.pl, como parte do programa de apresentação da cultura polonesa no Brasil.
Principais destaques:
Refúgio polonês convida GRIST (Abertura) (15 de outubro horário: 13h-18h)
GRIST, Grupo de Imigrantes e Refugiados em situação de rua irá organizar a abertura do Refúgio com debates, concertos e refeições coletivas. Todo o lucro arrecadado com a festa será destinado às atividades do GRIST.
Projeção de Guiury - Mariana Lacerda (20 de outubro horário: 20h)
A diretora pernambucana apresenta ao público um primeiro corte do filme Guiury que consiste em uma conversa entre a fotografa Claudia Andujar e o filósofo Peter Pal Pelbart, ambos nascidos na Hungria. Eles conversam nas suas quase esquecidas línguas maternas para relembrar da infância da Claudia. A língua esquecida se torna o território da memória.
Refúgio polonês convida Mexa (22 de outubro horário: 11h)
O coletivo Mexa une “ativistas, artistas, cadeirantes, sem teto, negras e transexuais” e atua por meio de diversas nos centros de acolhida para moradores de rua no Bom Retiro, em particular no Florescer, o primeiro centro de acolhida de São Paulo exclusivo para mulheres trans em situação de rua. Luta por um mundo de mais tolerância da diversidade. As práticas artísticas são umas das suas ferramentas de luta. Na ocasião, uma performance será realizada por seus integrantes a partir de relatos e histórias de vida pessoais.
Projeção de Ha terra! - Ana Vaz (23 de outubro horário: 16h)
A diretora portuguesa cria um espaço poético que une a história do cinema com as lutas do sem terras no Brasil.
Projeção de Ellis Island - de Georges Perec e Robert Bober (03 de novembro horário: 20h)
Projeção do filme de Robert Bober a partir do texto de George Perec que reflete sobre a noção de migração a partir da ideia de não-lugar, usando como elemento central a Ilha Ellis, porta de entrada e local de passagem de inúmeros imigrantes que chegaram aos Estados Unidos no século XX.
Mais informações: casadopovo.org.br, www.facebook.com/casadopovoxxi
Jakub Szczęsny "Refúgio polonês "
Casa do Povo, São Paulo
De 15 de outubro a 6 de novembro 2016
A instalação fica aberta durante o horário de funcionamento da Casa do Povo, de terça a sábado, das 14h às 19h e de acordo com a programação do projeto. Entrada gratuita.
Fontes: culture.pl, www.casadopovo.org.br, elaboração. AS, 10.10.2016