Karol Radziszewski apresenta o seu "Queer Archives Institute (QAI)", pesquisa em constante expansão que resgata de coleções privadas material gráfico e imagens relativas à experiência queer nos países do Leste europeu. Com o propósito de expandir seu acervo a outros países do Sul geopolítico, o artista acrescenta ao QAI materiais que permitem reconstituir uma breve história da presença de gays, lésbicas, transgêneros no Brasil. A diversidade de registros e períodos reunidos por Radziszewski busca traçar uma genealogia dessa produção, resgatando-a finalmente dos ambientes do segredo. Como artista em residência no Videobrasil, Radziszewski selecionou do Acervo da Associação três trabalhos que, abordando questões de gênero e sexualidade, estabelecem um diálogo rico com o QAI. Integram a exposição vídeos de Rita Moreira (Temporada de caça, 1988), Rafael França (O profundo silêncio das coisas mortas, 1988) e Virginia de Medeiros (Sergio e Simone, 2010). No dia 16 de abril, as 15h, o artista apresenta um projeto anterior, o filme "Kisieland" (2012), seguido de uma conversa sobre o Queer Archives Institute, como parte de uma atividade de programas públicos da exposição.
O filme "Kisieland" será apresentado também em Brásilia. Karol Radziszewski foi convidado pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília, onde no dia 13 de abril, às 14h, haverá exibição do filme, seguida de um encontro com o artista.
Na instalação "Anfibologia, tradução", Vitor Cesar, aborda o espaço urbano como um arquivo aberto, lugar de encontros onde a experiência do cotidiano ganha novas e sutis camadas de significado (o termo anfibologia é proveniente do grego amphibolia que, na linguística moderna, significa ambiguidade ou duplicidade de sentido em uma construção sintática, tanto em ato consciente, quanto inconsciente). Criada durante residência no A-I-R Laboratory, a obra reúne frases e breves comentários elaborados a partir de olhares diversos sobre Varsóvia, mesclando a percepção pessoal do artista com reflexões e leituras sobre o espaço urbano feitas por seus interlocutores locais. Transposta para o Galpão VB, a obra ocupa as paredes do espaço expositivo e vai além, buscando os lugares em branco da arquitetura para estender sua investigação em torno da potência poética da ambiguidade e do caráter anfíbio das palavras.
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