Em 1951, ela adotou a cidadania brasileira. Nos anos cinquenta seus trabalhos começaram a ser mais frequentemente expostos em museus no Brasil e no exterior. Em 1955, viajou com uma Bolsa de estudos da Fullbright para Nova York, onde visitou vários museus e trabalhou no Brooklyn Museum Art School. Seu trabalho foi exibido na galeria The Contemporaries (NY).
Inspirada pelo cubismo e pela arte abstrata, principalmente pelo trabalho de Paul Cezanne, a artista começou a afastar-se da arte figurativa e socialmente envolvida. Ela conta:
"Mas, de 1950 até 1954, lentamente fui mudando de estilo - eu devia estar buscando alguma coisa. Na época, ganhei de presente dois livros sobre Cézanne. […] Levei quatro anos descobrindo Cézanne, tentando compreendê-lo, e a partir dele compreendi o cubismo. Eu mesma nunca tentei ser cubista. O meu caminho me levou diretamente para a arte abstrata […] "
Suas obras podem ser encontradas nos principais museus brasileiros, bem como nos da Europa e das Américas. Ostrower recebeu vários prêmios, entre os quais os mais importantes são: Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957), o Prêmio Internacional da XXIX Bienal de Veneza (1958), o Prêmio da Bienal de Florença, Buenos Aires e México.
Fayga desenhou também jóias e tecidos decorativos. Em 1964 ela foi convidada pelo governo dos Estados Unidos para dar uma série de palestras na Universidade de Spellman em Atlanta, onde permaneceu por sete meses, como professora visitante. Em 1975, teve exposições na Casa do Brasil, em Roma, Itália; no Brazilian American Cultural Institute, em Washington, Estados Unidos; na Galerie Dédale, em Genebra, Suíça; no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, Bélgica, e na Galeria Grafikhiset, em Estocolmo, Suécia. Ministrou o curso “Criatividade e criação”, na Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro. Entre os anos 1954 e 1970, desenvolveu atividades docentes na disciplina de Composição e Análise Crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Na década de sessenta, também lecionou na Slade School of Fine Art, em Londres, bem como em muitas universidades brasileiras. Ela foi presidente da Associação Brasileira de Belas Artes nos anos 1963-1966, presidente do Comitê Brasileiro da Sociedade Internacional de Educação pela Arte INSEA, Unesco, e em 1966 recebeu o título de Acadêmico Honorário da Accademia delle Arti e del Disegno em Florença.
FFayga Ostrower também é conhecida como autora de muitos livros sobre arte, incluindo “Criatividade e Processo de Criação”, “Universos da Arte”, “Acasos e Criação artística”, “A sensibilidade para Intelecto” (prêmio Jabuti de 1999). O trabalho de Ostrower foi também o tema de um poema escrito pelo poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade. Em 1989, tiveram lugar duas exposições na Polônia: uma, na Galeria TEST em Varsóvia e outra, no Museu de Arte de Łódź, sua cidade natal. Em 1997, ela foi homenageada pelo governo brasileiro com a Ordem do Mérito Cultural.
Fayga morreu em 13 de Setembro de 2001, no Rio de Janeiro, sem ter completado uma série de projetos artísticos e outro livro no qual estava trabalhando. Um ano após a morte da artista no Rio de Janeiro foi fundado o Instituto Fayga Ostrower.
Autora: Aleksandra Pluta, julho de 2015
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