A Vzór foi criada com base no trabalho de graduação de Jakub Sobiepanek, defendida na Academia de Belas Artes em Varsóvia, na oficina de Tomek Rygalik. O projeto visava revitalizar projetos escolhidos do desenho industrial polonês criados no século XX. Não se tratava de modo algum de uma recriação passiva de êxitos do passado, como define o próprio Rygalik a ideia de Sobiepanek:
“É um projeto complexo de criação de uma marca única, com planejamento minucioso e desenvolvimento de sua coleção, imagem e trabalho consciente na coesão da sua oferta em todas as áreas de apresentação.”
(http://comingout2012.asp.waw.pl/)
A realização da ideia de Sobiepanek exigia que os originais fossem de alguma forma redesenhados, adaptados às possibilidades e necessidades de materiais novos, incluindo também negociações sobre a obtenção de direitos do autor. O potencial do trabalho do jovem designer foi descoberto por Michał Włoch que decidiu apoiar o projeto do lado comercial e da doutora Łuczak-Surówka que completou a equipe trazendo seu conhecimento sobre a história do design. Vzór é um projeto jovem, foi criado em junho de 2012, estreando com a introdução da poltrona RM 58 no mercado.
A atividade da Vzór é parcialmente curadora, uma escolha certa dos móveis que devem integrar a coleção é um fator-chave em seu trabalho. A seleção se baseia tanto na qualidade do projeto como nos parâmetros técnicos do mesmo que possibilitariam uma reintrodução no processo de produção. A equipe salienta, porém, que o eixo da coleção deve ser o perfi dos artistas escolhidos, a originalidade e atemporalidade de seus projetos que fazem deles “ícones” do design.
O primeiro escolhido pela Vzór para ser redescoberto foi Roman Modzelewski, designer experimentador cuja poltrona inovadora RM58 até então era mais conhecido para os frequentadores do Victoria and Albert Museum do que para o público em geral. Mesmo que a forma orgânica da poltrona tenha ganhado a atenção do próprio Le Corbusier e mesmo que o móvel tenha sido utilizado em alguns filmes da época, o protótipo nunca chegou a ser implementado na produção em série.
A Vzór substituiu a fibra de vidro e poliéster utilizados por Modzelewski, pela tecnologia de rotomoldagem de polietileno. Mantendo a gama de cores originais: vermelho, preto, branco, verde e amarelo, a Vzór atreveu-se a interferir no acabamento, oferecendo juntamente com a versão brilhante da poltrona, uma nova versão fosca, que é indicada também para uso externo.
A Vzór trabalha com outros projetos de Modzelewski, com o intúito de criar uma imagem completa de sua obra. A equipe deseja dar vida nova aos modelos RM56 e 57, mostrando assim a gama de soluções de desenho aplicadas pelo artista. Na RM57, a única aventura de Modzelewski com móveis estofados, uma construção baseada em ângulos agudos está em contraste com o calor do tecido. No caso da RM56 o contraste entre o assento e os pés foi realizado com menos intensidade. Aqui Modzelewski, aproveitando-se da elasticidade da madeira compensada, obteve uma coesão entre o assento oval e a silhueta delicada e arredondada dos pés. O modelo RM56, assim como o RM58, será oferecido em duas versões, uma fiel ao projeto original enquanto a segunda será retratada em um novo material, em vez de madeira compensada, a Vzór propõe o winidur.
A Vzór pretende tecer sua história com projetos de designers contemporâneos da Europa Centro-Oriental, ampliando assim a linha narrativa da sua coleção única, provocando um diálogo entre o antigo e o novo, questionando a atemporalidade do design de qualidade. Juntando aspetos curatoriais, educativos e criativos, a Vzór continua sendo uma híbride intrigante no mercado de desenho industrial polonês contemporâneo.
Autora: Agata Morka, julho de 2014, tradução: Marek Cichy
Prêmios e exibições escolhidas::
- 2014 Nasz, Wanted Design, Nova Iorque
- 2014 Polish Job, Milão
- 2013 prêmio Must Have para a poltrona RM58, Festival de Design de Łódź
- 2013 World Interiors News Annual Awards para Vzór na categoria de móveis, Londres
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