Para que tal invenção pudesse ser realizada, foram necessários os trabalhos de toda uma equipe de cientistas reunidos na Escola Politécnica Federal em Zurique (Eidgenössische Technische Hochschule Zürich - www.ethz.ch). Zięta passou dois anos nesta universidade graças a um bolsa de estudos depois de se formar como arquiteto em 2000 na Escola Politécnica de Szczecin. Desde 2003, trabalha na ETH ao lado do professor Ludger Hovestadt como professor assistente no Departamento de Desenho Arquitetônico Auxiliado por Computador (CAAD - Computer Aided Architectural Design). Lá desenvolveu sua investigação científica dedicada ao uso de tecnologia digital no trabalho com metais que levaram à elaboração de FiDU em 2004.
O acontecimento chave para o trabalho de Zięta foi o contato com o sistema de ensino caraterístico da universidade suíça.
"Antes de tudo, o sistema consiste na apresentação constante dos efeitos de suas buscas ante uma plateia ampla", explica o designer. "Na Polônia, cada um se fecha no círculo da própria pesquisa cujos efeitos são compartilhados com uns poucos ‘iniciados’ e raramente divulgados para o público em geral".
No CAAD, por outro lado, a ênfase está na implementação de novas tecnologias e elaboração do uso mais ergonômico possível das mesmas. Dado que o desenho contemporâneo frequentemente lança mão de formas fora do padrão, biônicas, que necessitam novas soluções de construção, crescendo o papel de uma produção que permita criar objetos únicos, adaptados a necessidades concretas, numa escala de massa.
"O alvo de meu trabalho era criar um elemento de construção de pleno valor a partir de elementos finos, chapas. No fim, pensamos em moldar duas chapas e injetar àgua entre elas através de uma válvula. Resultou que um elemento assim é muito estável e tem uma forma incrível”– lembra Zięta.
A tecnologia FiDU (Freie Innendruck Umformung - "formação por pressão interna") foi utilizada em primeiro lugar em projetos de móveis. Em 2008 Zięta introduziu no mercado seus primeiros produtos: o banquinho "Plopp" (produzido pela empresa dinamarquesa Hay) e uma versão limitada da cadeira "Chippensteel" (em cooperação com SZ-Designedition/Magazin.com). Mesmo sendo leves e com o aspeto de brinquedos de praia, são feitos cem por cento em aço cortado a laser. Entre suas vantagens, Zięta cita "eficiência da produção em larga escala, possibilidade de reciclagem por completo, limpeza da forma e… comodidade. A chapa inflada resultou como sendo também muito resistente:
"Era agradável ver a incredulidade dos engenheiros que erraram por centenas de vezes estimando a resistência. Ouvimos que meu banquinho suportaria 60 quilos de peso sem deformações. Na verdade, suportou mais do que duas toneladas" - conta o designer.
"Plopp" (ou seja, "polski ludowy obiekt pompowany powietrzem" [objeto popular polonês inflado com ar]) trouxe fama e vários prêmios ao autor compondo por exemplo a coleção permanente do Centre Pompidou em Paris como uma das doze cadeiras que mudaram o design contemporâneo. Para Zięta era um teste de uma nova abordagem ao desenho industrial e que ele chamou de Prozessdesign.
"A forma final segue o processo produtivo” - explica. "Meu papel é desenhar processos eficientes com a utilização de tecnologia inovadora, enquanto a estética e a função derivam desta".
O Studio Zieta Prozessdesign, com suas oficinas em Wrocław e Zurique, desenvolve constantemente o método FiDU, produzindo móveis e objetos de uso cotidiano. Ao lado de banquetas e cadeiras, o estúdio produziu por exemplo, cabideiros e araras para roupas ("Kamm", "Pin", "Bones", "Tatarak"), bases para louça ("Rondel"), escadas de mão ("Drab"), bancos ("Unterdruck") e lâmpadas ("Osiem"). Todos os projetos foram feitos de aço ou cobre inflado, polido e envernizado e estão disponíveis em muitas cores.
Oskar Zięta confessa que gostaria que a tecnologia FiDU fosse utilizada na construção de objetos maiores. Na sua opinião, ela é útil em qualquer lugar “onde sistemas elásticos de produção de elementos estáveis de construção são precisos, desde escala P até XXG”, principalmente no transporte e energética. No âmbito de testes na ETH já se conseguiu construir uma ponte e uma turbina de vento. A possível aplicação deste método na arquitetura contemporânea está presente também na instalação "Architonic Concept Space III" apresentada na Stockholm Furniture Fair em 2010.