O tecido listrado do traje popular de Łowicz, as penas de pavão, as bengalas dos poloneses serranos – tudo isso inspirou o design polonês. Nos anos 1890, quando a Polônia ainda não existia como estado, intensificou-se a busca por um assim chamado estilo nacional. A Galícia, como parte da Partição Austríaca, tinha mais autonomia do que as regiões governadas pela Rússia e a Prússia. Consequentemente, Kraków se tornou o centro de desenvolvimento de um estilo que revelaria o verdadeiro caráter da Polônia.
Stanisław Witkiewicz desempenhou um papel importante no processo. Era um homem de caráter peculiar e foi um visionário do meio boêmio. Seu filho, Stanisław Ignacy Witkiewicz (Witkacy) foi um autor alucinógeno que assinava os seus retratos com os nomes das substâncias químicas que havia consumido. O Witkiewicz pai estava fascinado pela arte popular, especialmente pelos costumes dos serranos das montanhas Tatry e Zakopane. Seus conceitos do estilo nacional estavam baseados nas casas características da região, com as fundações altas de pedra, telhados inclinados e esculturas de madeira.
Mesmo que outros artistas tenham retornado mais tarde ao estilo de Zakopane, ele nunca chegou a assumir a posição de estilo nacional. Nos anos 1920, depois da reconquista da independência da Polônia, os motivos folclóricos retornaram ao design. Novamente, foi uma expressão de identidade nacional. No campo do desenho industrial, a corrente era impulsionada pelos artistas do grupo Warsztaty Krakowskie. Em vez de emprestar padrões e motivos, os artistas queriam inserir o design popular no século XX. O pavilhão polonês na Exposição Mundial em Paris é um excelente exemplo disso. O trabalho em conjunto de Józef Czajkowski, Karol e Zofia Stryjeńscy, um híbrido estranho de art deco, o estilo de Zakopane e os elementos da arte popular são outros exemplos.
Vários desenhistas poloneses contemporâneos continuam integrando o design popular na sua obra. O tapete de MOHO Design foi um dos primeiros produtos poloneses a ganhar o prestigiado prêmio Red Dot Award. O tapete é um grande recorte foclórico que deixa os ornamentos da arte popular fora da proporção. As bordas decorativas foram feitas com laser. MOHOHEJ!DIA não copia os padrões da arte popular - o produto é moderno e, simultaneamente, enraizado no regionalismo
Uma outra artista cujas obras fazem referência aos motivos folclóricos de forma inusitada é Katarzyna Herman-Janiec (Protein Studio). Para criar os seus cestos/tamboretes/recipientes multifuncionais chamados Pleciaki, ela utiliza uma técnica de tecer cestos com "vime" de jornais reciclados. As cores são bem combinadas e o móvel otimista com assento estofado tem padrões folclóricos alegres.
Há ainda a cadeira Zako New! - um móvel moderno ligado à tradição de Zakopane. Os ornamentos regionais característicos são visíveis no encosto transparente e no assento da cadeira. O abajur She! de Herman-Janiec eleva as inspirações etnográficas a um novo nível. Já não são referências sutis, mas citações bem-humoradas da tradição popular. A forma e a cor são baseadas na costura das saias tradicionais da região de Łowicz, e o pé da lâmpada é uma bota de fibra de vidro.
Minimalismo e função
Se você concorda com o argumento de Adolf Loos de que "ornamentos são um crime", e sua filosofia de vida é a mesma de Mies, de que "Menos é Mais", certamente se sentiria em casa numa sala mobiliada pelos designers contemporâneos Tomasz Augustyniak, Paweł Grobelny e Bashko Trybek.
A estética minimalista de Bauhaus e os textos de Le Corbusier vieram para a Polônia nos anos 20 e 30, quando os grupos Blok e Praesens estavam buscando modos de expressão vanguardistas. Nos anos 30, Helena e Szymon Syrkus faziam móveis que se originavam diretamente das ideias de Bauhaus. Suas peças foram construídas de tubos de aço. Barbara Brukalska, por sua vez, fazia móveis baratos e destinados a oficinas especializadas.
O que continua característico para as obras dos designers poloneses contemporâneos são a simplicidade, a harmonia e a atemporalidade.
Nos seus projetos, Tomasz Augustyniak dá atenção à funcionalidade. Isso é visível nos seus sofás (Nel, Ozon) e poltronas. Os elementos móveis da poltrona fazem com que o assento seja cômodo e fácil de usar. A mobília de Augustyniak tem ecos de Bauhaus e art deco. As poltronas Fado e Stone têm formas geométricas, são elegantes e simples.
Nas suas obras, Paweł Grobelny também sublinha a importância da função. Ele criou uma estante multifuncional que é, ao mesmo tempo, uma mesa de centro e um marcador. A mesa Sur le Fil tem uma tampa móvel sobre pés ajustáveis de alumínio.