Como o rock pode alterar um sistema político? É possível, através do rock, restaurar a liberdade individual em um país totalitário? Como a censura influencia a qualidade da música e das letras do rock?
"Beats of Freedom" é um filme emocionante sobre o rock polonês na época da República Popular da Polônia. As lendas do rock clandestino compartilham as suas lembranças sobre a música, a vida e a paranóia da censura. No tempo em que a vida na Polônia era controlada pelo regime, a música se tornou um fenômeno, um acontecimento social de grande alcance e um espaço de liberdade. “A cortina de ferro” não conseguia frear o rock, e as pessoas jovens, graças à música, viam neste estilo musical uma forma de se sentirem fortes e garantir a sua dignidade.
"O Rock foi uma das coisas mais importantes na minha formação, e agora se tornou um elemento importante da minha vida. Através deste filme, quero honrar as pessoas que influenciaram a minha percepção do mundo e relembrar, para as futuras gerações, o que essa música significou no passado e o que - espero - pode significar no futuro" - comenta o diretor do filme Leszek Gnoiński.
Como é possível que na época da República Popular da Polônia, nos anos 70 e 80, no auge do socialismo realista, os alpinistas poloneses pudessem ser considerados os melhores do mundo? Como os moradores de um país onde o salário médio era de 20 dólares por mês conseguiam organizar caras expedições ao Himalaia?
Eles não tinham dinheiro, equipamentos modernos e nem a liberdade para viajar. Ainda assim, conseguiam subir nos picos mais altos do mundo. Nos anos 70 e 80, no auge do socialismo realista, os alpinistas poloneses provavam que a vontade de liberdade, a coragem e a ambição permitem ultrapassar quaisquer barreiras. "Art of Freedom", o documentário de Wojtek Słota e Marek Kłosowicz fala das pessoas mais ilustres entre os himalaistas poloneses. Jerzy Kukuczka, Wanda Rutkiewicz, Krzysztof Wielicki e Andrzej Zawada.
O filme de Słota e Kłosowicz é um dos filmes sobre montanhas mais premiados dos últimos anos.
Será que um chocalho com uma foto de Stalin sorrindo era capaz de acalmar um bebê? Com o que brincava o pequeno Lech Wałęsa? Será que ele também chorou, como as outras crianças, quando Stalin morreu? Será que a ideologia pode influenciar as brincadeiras das crianças?
"Toys", de Andrzej Wolski, é um documentário sobre como, e com quais brinquedos brincavam as crianças na época do socialismo realista. Os brinquedos da crianças polonesas eram diferentes dos brinquedos do Oeste – eram mais simples e feitos de materiais de qualidade inferior. Às vezes, eram presentes do exterior, ou cópias de brinquedos ocidentais feitas por artesões. Frequentemente eram objetos feitos à mão pelas crianças ou pelos familiares. Como um pente, algumas moedas, um elástico de lingerie, e algumas tampas.
O filme de Wolski mostra como as crianças polonesas da época do comunismo, usando um pau de madeira e um pedaço de arame, aprendiam a ser independentes e a pensar sozinhas. No documentário, as lembranças da infância são compartilhadas por Andrzej Dudziński (o criador do Dudi, um super-pássaro de desenho animado, popular na época dos anos 70 e 80), Tomasz Jastrun, Dorota Masłowska, Wojciech Pszoniak, Lech Wałęsa e Henryk Wujec.
Será que uma roupa pode ter um discurso político? É possível estar na moda quando, nas prateleiras das lojas, estão à venda apenas as roupas para operários? Dá para manifestar a liberdade através da moda?
O filme "Political Dress" mostra diferentes etapas da República Popular Polonesa e as mudanças na percepção da moda. Do stalinismo duro quando, por se usar meias coloridas, corria-se o risco de ser preso pela milícia, durante os anos 60, e a relativa abertura da Polônia para a moda francesa, tempos da propaganda de sucesso dos anos 70. E o fascínio pela moda dos hippies, até o período da lei marcial e os anos 80, durante os quais explodiu na Polônia a moda no estilo punk.
O que viu um xamã do Haiti na Polônia comunista durante o período da lei marcial? O que os rituais de voodoo têm a ver com o regime militar do general Jaruzelski?
O filme de Bartek Konopka e Piotr Rosołowski conta a história de Amon Frémon, um sacerdote de voodoo do Haiti que, a convite de Jerzy Grotowski, visitou em 1980 a República Popular da Polônia.
O filme de Konopka e Rosołowski é um estudo irônico amplo entre a fantasmagoria, o absurdo e uma reconstrução documental. Os diretores de "Arte de desaparecer" juntam, com sensibilidade, os materiais de arquivo das crônicas de filmes com fotografias contemporâneas, realizadas tanto na Polônia, quanto no Haiti. O efeito é um relato fortemente subjetivo em que as emoções do narrador se correspondem com as imagens embaçadas, às vezes queimadas pela luz, ou ainda escuras demais, e com uma montagem atípica e rítmica. “A arte de desaparecer” é uma história da República Popular Polonesa que não conhecemos, uma relato surpreendente, que está longe do sentimentalismo fácil e ambíguo.
Eles eram um símbolo da liberdade artística e constituíam um elemento da paisagem urbana que destacava a Varsóvia de outras capitais europeias. Os néones - publicidades imensas e reluzentes, se tornaram o tema do filme de Eric Bednarski.
"Néon" conta a história dos néones de Varsóvia desde o tempos que antecedem a Segunda Guerra até a contemporaneidade. Trata dos néones que iluminavam as ruas de Varsóvia antes da guerra, exibe o contexto histórico e político da "neonização" da capital nos tempos do socialismo realista, e fala do destino dos néones após 1989.
Olhando para a sua história, o diretor conta mostra o passado tempestuoso da Polônia no século XX, e enxerga, no destino dos néones, vê um reflexo dase mudanças mentais, que ocorreram às margens do rioa Vístula ao longo das décadas passadas. Quando, depois da I Guerra Mundial, a Polônia conquistou a independência, após a I Guerra Mundial, em Varsóvia apareceram em Varsóvia os primeiros néones. Após os 123 anos de ausência de soberania da Polônia, eles se partilhas constituíam uma luz de esperança e um símbolo do brilho reconquistado. Se tornaramViraram parte da história desta cidade – foram destruídos durante a II Guerra Mundial e, retornaramvoltaram só na época do socialismo realista.