"Halka/Haiti" em Vilnius
O projeto de Joanna Malinowska e C.T. Jasper – apresentado em 2015 no Pavilhão Polonês durante a 56ª Bienal de Arte em Veneza – se apresentará na exibição "Halka/Haiti: De volta a Vilnius” no Centro de Arte Contemporânea em Vilnius. (29.01-13.03.2016). Os artistas encenaram em fevereiro de 2015, junto com a curadora Magdalena Moskalewicz, "Halka" - famosa ópera polonesa de Stanisław Moniuszko, na vila Cazale no Haiti, onde, até hoje, vivem descendentes de soldados poloneses da época de Napoleão. O projeto questiona a identidade nacional no contexto pós-colonial e divaga sobre a possibilidade de representar esta identidade hoje em dia, usando as formas artísticas do século XIX.
Em 2016, a versão cinematográfica do espetáculo retorna, de certo modo, às fontes de "Halka" - foi em Vilnius que Moniuszko compôs a música e foi lá também que, em 1848, ocorreu a estreia da ópera em dois atos, tida como uma falha pelo compositor ("Halka" foi considerada uma ópera nacional polonesa só 10 anos mais tarde - em Varsóvia).
O Carnaval em Veneza
Há alguns anos, durante o carnaval de Veneza, os organizadores do prestigiado La Biennale di Venezia têm preparado a sua própria proposta para os mais novos, O Carnaval Internacional para Crianças (30.01–7.02.2016). A Polônia irá participar deste evento artístico-educacional pela segunda vez. O projeto que será apresentado - "A parede que une"– será composto por uma instalação e uma performance, cujo tema em comum é a comunicação.
"Durante a performance um músico, uma dançarina e um palhaço se encontram com os jovens espectadores no espaço dividido por uma parede. Cada um dos performers usa um meio de comunicação diferente: a música, o movimento e o humor. Eles tentam se comunicar e, junto com as crianças, criam uma língua em comum. O que deve acontecer em relação à parede, considerada um símbolo de divisão, poderia se tornar um elemento que une?" - escreve o diretor do evento Robert Jarosz.
A vanguarda de Wrocław em Bochum, Zagreb e Budapest
Uma das exibições mais interessantes de 2015, que fala sobre uma cidade pós-alemã onde nasceu a vanguarda polonesa, será apresentada em Kunstmuseum Bochum (05.03-8.05.2016), Muzej suvremene umjetnosti em Zagreb (16.06-15.08.2016) e no Ludwig Múzeum em Budapest (03.10.2016-8.01.2017). A exposição "Dzikie pola" (Os campos selvagens), preparada pelo Muzeum Współczesne em Wrocław, e apresentada na Zachęta - Galeria Nacional de Arte de Varsóvia, não é apenas uma história sobre a arte de Wrocław, mas também sobre a própria cidade, vista através de sua arte.
“A cena artística criada em Wrocław era tão forte, que virou um ponto de referência para si mesma, sem a ajuda do centro. A vanguarda polonesa nasceu em Wrocław. Esquecemos disso com facilidade, porque a nossa narração é cêntrica. Nós nos recordamos de Natalia LL ou Stanisław Dróżdż, mas não se tem consciência de que eles faziam parte de uma cena muito maior” – diz Dorota Monkiewicz, comissária da exibição e diretora do MWW na sua entrevista para a "Gazeta Wyborcza".
As revisões em Modena e Frankfurt am Main
Em março, estarão abertas duas amplas exibições de revisão da arte contemporânea polonesa. Na Galleria Civica of Modena na Itália, terá lugar a exposição "La memoria finalmente. Art in Poland 1989-2015" (18.03-5.06.2016), para a qual a curadora Marinella Paderni convidou os seguintes nomes: Paweł Althamer, Mirosław Bałka, Nicolas Grospierre, Paulina Ołowska, o coletivo Slavs and Tatars, Aleksandra Waliszewska e Jakub Woynarowski.
No Banco Central Europeu em Frankfurt am Main (em cooperação com o Banco Nacional Polonês), ocorrerá a exposição “Contemporary Art from Poland” (17.03 - 19.06.2016). Uma série de exposições sob esse título foi iniciada em 1997 pelo BCE, cada uma das séries se concentrando na arte de um dos países da União Europeia. As obras das exposições costumam entrar na coleção do Banco. Na exposição dedicada à arte polonesa contemporânea participarão 24 artistas, dentre eles: Tomek Baran, Rafał Bujnowski, Aneta Grzeszykowska, Ewa Juszkiewicz, Zofia Kulik, Maria Loboda, Goshka Macuga, Radek Szlaga e Iza Tarasewicz.
Stanisław Lem na Bienal de Sydney
Na 20ª Bienal de Sydney (18.03-5.06.2016) não haverá a apresentação de nenhum artista contemporâneo polonês, mas um dos temas em destaque será o principal representante da ficção científica polonesa do século XX – Stanisław Lem. O projeto dedicado ao escritor do país do rio Vístula é um trabalho de Heman Chong, um artista vindo de Singapura (nascido em 1977 na Malásia), graduado na Royal College of Art em Londres. Chong vai preparar uma pop up store com os livros de Lem.
"Stanisław Lem se utilizou de quase todas as oportunidades dadas ao escritor pela science-fiction contemporânea. Podemos até dizer que na sua - cronologicamente densa, mas quantitativamente robusta – criação, ele repetiu, de certo modo, a evolução do gênero: ele iniciou pelos contos simples, confiantes, vigorantes ("Astronauci", "Obłok Magellana") para, em seguida, chegar tanto às paródias ("Dzienniki gwiazdowe Ijona Tichego"), quanto à apocalíptica e concentracionária visão do “pior dos mundos possíveis” (“Eden”). Além disso – ele sistematicamente observava as possibilidades literárias trazidas pela ficção científica” – lemos no extrato biográfico do site Culture.pl.
A vídeo-arte dos anos 70 em Riga e Tallinn
A Fundação Arton de Varsóvia, que faz pesquisas sobre a criação dos pioneiros da vídeo-arte polonesa, organiza duas revisões de filmes experimentais e da vídeo-arte dos anos 70 – Arton Review Europe. A primeira delas terá lugar no Latvian Centre for Contemporary Art em Riga (abril 2016), e a segunda, em Kumu Kunstimuuseum em Tallinn (setembro/outubro 2016). Nas exposições, serão apresentadas obras antigas que estão entre os clássicos da história do cinema experimental polonês, realizadas por Paweł Kwiek, Wojciech Bruszewski, Jolanta Marcolli, Henryk Gajewski, Ryszard Waśko, Andrzej Różycki, Anna e Romuald Kuter, e Józef Robakowski.
"A segunda parte do evento será uma mostra de filmes realizada especialmente para esta ocasião, por Łukasz Jastrubczak, Piotr Bosacki, Łukasz Sosiński, Wojciech Bąkowski e Karol Radziszewski, inspirados em filmes de acervo recolhidos no Repositório Digital da Fundação Arton - a base da arte dos anos 70" - escrevem os organizadores.
Bienal da Arquitetura em Veneza
No Pavilhão Polonês da 15ª Bienal Internacional da Arquitetura em Veneza (26.05-27.11.2016), acontecerá uma exposição de Dominika Janicka e Michał Gdak do Institute of Design Kielce. O seu projeto "Podwójna fasada" aborda o problema, até então inexistente nos debates arquitetônicos, ligado às condições de trabalho dos pedreiros e os aspectos éticos da produção arquitetônica. Este trabalho visa revelar os potenciais abusos das leis trabalhistas durante o processo de construção.
"Compramos cada vez mais produtos alimentícios com o selo fair trade. Pensamos na escolha de sapatos considerando se eles foram feitos por artesãos dignamente pagos. Boicotamos empresas de vestuário que costuram em condições indignas e humilhantes. Mas já aconteceu de os usuários de um prédio o boicotarem por causa das condições não éticas durante a sua construção? Nós já pensamos se o prédio em que estamos, foi construído em condições seguras para os pedreiros? Foi construído de forma ética?” - escrevem Dominika Janicka e Michał Gdak.
A coleção do MOCAK em Vilnius e Roma
Em 2016, também ocorrerão as exposições da Coleção do MOCAK (Museu de Arte Moderna de Kraków). A primeira delas acontecerá durante a feira de arte ARTVILNIUS’16 (9-12.06.2016), que este ano é dedicada à Polônia, e a segunda em MAXXI Museo nazionale delle Arti del XXI secolo em Roma.
“Vamos organizar as exposições baseadas nas obras das coleções. Convidaremos também, para a cooperação, alguns artistas cujas obras estão dentro da Coleção, preparando uma apresentação mais ampla do seu trabalho” - dizem os organizadores.
A Coleção do MOCAK conta atualmente com 4557 obras de 235 artistas de 32 países diferentes. A ambição do Museu é convencer as pessoas que não estão ligadas profissionalmente com a arte, que ela é uma ferramenta necessária para perceber o mundo. E o objetivo, por sua vez - é lutar contra as superstições, segundo as quais a arte deveria trazer prazer, em vez de questionar os nossos próprios valores.
Os Poloneses e o patrimônio cultural da Indonésia
Na Galeria Nacional em Jacarta foi planejada a exposição "Social Design for Social Living" (30.06-30.07.2016). A mostra será o resultado de uma cooperação de longo prazo entre os artistas da Indonésia e da Polônia, iniciada pelo Centro de Arte Contemporânea Zamek Ujazdowski.
"Arquitetos, designers e artistas estão trabalhando lá, em conjunto com os membros da Jatiwangi Art Factory e com a população local de Jatiwangi. O objetivo das suas ações é preservar o patrimônio cultural local, baseado na produção da cerâmica, nos únicos valores de trabalho orgânico e na atividade artística, assim como estabelecer os rumos para o futuro. O time do projeto é composto pelos membros da Jatiwangi Art Factory, além dos seguintes nomes: Marta Frank – designer gráfico e designer de objetos utilitários que, nas suas obras, faz referências à cultura e ao patrimônio geográfico; Robert Kuśmirowski – artista visual que aborda a problemática da história, da memória, de objetos ligados com um lugar específico (site-specific) e a relação entre o lugar e a sua história, e o arquiteto Maciej Siuda, que procura soluções de problemas e necessidades surgidas em dada sociedade e é co-autor de um projeto de construção de uma escola no Haiti" - escrevem os curadores do projeto Marianna Dobkowska e Krzysztof Łukomski.
Wodiczko e Krasiński em Liverpool
Krzysztof Wodiczko foi convidado a Liverpool pela primeira vez em 2009, quando preparou um filme sobre a situação de soldados que voltam para as suas casas depois de missões no estrangeiro. No seu trabalho "War Veteran Vehicle", o artista tocou na questão do sentimento de solidão dos veteranos e dos problemas com a readaptação à vida fora da frente de combate. O projeto se constituiu em entrevistas com os soldados, suas famílias e seus amigos. Em 2016, a convite da mesma instituição – FACT (Foundation for Art and Creative Technology), terá lugar uma exposição de Wodiczko como parte da Liverpool Biennial (9.07-16.10.2016). Os curadores Raimundas Malašauskas e Francesco Manacorda, mais uma vez, convenceram Wodiczko para que ele cooperasse com os veteranos locais, com os quais irá desenvolver o seu projeto concebido há alguns anos atrás.
Durante o outono, em Tate Liverpool (21.10.2016-12.03.2017), terá lugar a primeira retrospectiva britânica de Edward Krasiński, um dos mais importantes representantes da neo-vanguarda polonesa. Na exposição, serão apresentadas esculturas, intervenções espaciais e instalações - tanto as obras iniciais do artista dos anos 60, quanto as do início dos anos 2000. Simultaneamente à exposição do “autor da famosa fita azul colada na altura de 130 cm”, ocorrerá, no Tate, uma exposição do artista francês Ives Klein que, na sua obra, utiliza apenas um pigmento azul-ultramarino.
Os finalistas do concurso "Spojrzenia" em Berlim
No Deutsche Bank KunstHalle e na sede do Instituto Polonês, acontecerá a exposição "Common Affairs" (21.07-30.10.2016), cujo ponto de partida é o concurso para os jovens artistas poloneses "Spojrzenia" (Olhares), organizado desde 2003 pela Zachęta e o Deutsche Bank. Em Berlim, se encontrarão obras dos finalistas selecionados de todas as sete edições. Serão tanto as realizações históricas, quanto os trabalhos mais novos, criados especialmente para essa exposição.
"Não será apenas um resumo da história do concurso, mas também uma mostra que visará problematizar e questionar, entre outros aspectos, as mudanças que ocorreram no palco artístico polonês nos últimos anos. A exposição tratará das relações entre os artistas, instituições e espectadores"- escrevem os curadores Julia Kurz e Stanisław Welbel.
Oskar Hansen em New Haven
A exposição "Oskar Hansen. Open Form" dedicada à criação do arquiteto, urbanista, teórico e pedagogo, ligado ao Team 10 e à Academia de Belas Artes de Varsóvia – ocorrerá na Yale School of Architecture em New Haven (agosto-novembro 2016). Ela irá apresentar a evolução da ideia de Forma Aberta de Hansen, desde as suas raízes nos projetos arquitetônicos, até o seu uso nos filmes, jogos visuais e ações de performance.
“A teoria da Forma Aberta negava a hierarquia entre o arquiteto e o usuário, e postulava o tratamento da arquitetura como passe-partout para a vida, aberta às mudanças e a expressão individual do usuário. A teoria ensinada por Hansen em Varsóvia, e pelo seu discipulo Svein Hatløy em Bergen, tornou-se um ponto de partida inspiracional para algumas gerações de artistas poloneses e arquitetos noruegueses” - escreve a curadora da exibição, Aleksandra Kędziorek do Museu de Arte Moderna em Varsóvia.
Iza Tarasewicz na Bienal de São Paulo
A artista polonesa, representante da geração jovem e vencedora do concurso “Spojrzenia 2015”, foi convidada a participar deste evento artístico, um dos mais importantes no mundo. Na 32ª Bienal de São Paulo (10.09-11.12.2016), intitulada "Incerteza Viva (Live Uncertainty)", Tarasewicz vai apresentar dois projetos, que são também co-organizados por Culture.pl como parte da apresentação da cultura polonesa no Brasil em 2016. Um deles será um trabalho novo - na forma de publicação, palestras, eventos de dança, música e instalações - dedicada à tradição da música popular polonesa e às semelhanças com a música folclórica do Brasil. O segundo projeto será uma nova versão da instalação "Turba, Turbo", que diz respeito à teoria do caos (pela primeira vez apresentada na exposição "Spojrzenia" na Zachęta).
“O ponto de partida foi um canteiro de flores modernista, cuja forma foi associada, pela artista, com o Grande Colisor de Hádrons do centro CERN de Genebra. Esse acelerador com forma de túnel acelera, em caminhos diferentes, as partículas elementares até a velocidade próxima à da luz, fazendo com que elas colidam. Uma superfície semelhante pode ser ocupada por famosos cogumelos em Oregon ou a mítica cidade Z que aparece no “Exploration Fawcett”, um conto especulado da expedição ao Amazonas em 1925, feita pelo coronel Percy Harrison Fawcett (ele nunca voltou dessa expedição, por isso não se sabe, quem é o verdadeiro autor dessa história). É importante, também, o motivo de uma imensa anaconda, cuja forma se assemelha à forma da instalação de Tarasewicz. Tudo isso se liga à fascinação pelo absurdo, incredulidade, especulação e o segredo que residem em cada um dos elementos mencionados" – escreve a curadora da exibição Katarzyna Kołodziej no catálogo da exposição "Spojrzenia".
Zamecznik em Lausanne
O Musée de l'Elysée em Lausanne abrirá uma exibição de Wojciech Zamecznik (21.09.2016-08.01.2017) - um dos mais importantes representantes da escola polonesa de cartazes, que hoje em dia vem sendo descoberto também como fotógrafo. É a prática fotográfica que estará em destaque na apresentação suíça, preparada em cooperação com a Fundação da Arqueologia da Fotografia, que trata do legado do artista. Na exibição, além das "fotografias na oficina do gráfico", se encontrarão também fotografias de viagens e do arquivo familiar. A exibição será acompanhada por um livro em três versões linguísticas que contém, entre outros, um texto de Anne Lacoste sobre as práticas fotográficas de Wojciech Zamecznik.
No fim de janeiro, na Zachęta - Galeria Nacional de Arte em Varsóvia (21.02-24.04.2016), terá lugar, pela primeira vez em trinta anos, uma ampla mostra monográfica dedicada ao artista, durante a qual serão apresentadas as relações entre a sua paixão pela fotografia e os projetos gráficos. As curadoras são Karolina Puchała-Rojek e Karolina Lewandowska – atualmente responsável pelo departamento de fotografia no Centro Pompidou em Paris.
"Blue Box" na Geórgia, Moldova, Bielorrússia e Ucrânia
Qual é, hoje em dia, o significado artístico, político e interpessoal das práticas do tipo site-specific, que são as ações executadas por artistas em lugares e situações concretas? Este tema inspirou um grupo internacional de artistas e curadores a criarem o projeto “Blue Box. Lugares em comum nas práticas artísticas contemporâneas”, cujo organizador é o Centro de Arte Contemporânea Zamek Ujazdowski.
Participarão nele criadores, curadores e pesquisadores que, de março a agosto de 2016, irão cooperar com organizações locais da Geórgia, Moldova, Bielorrússia e Ucrânia. São eles: Cecylia Malik e amigos com Vladimir Us da associação Oberlight em Chisinau; Daniel Muzyczuk, Michał Libera e Igor Krenz, convidados pela fundação Izolyatsia em Kiev; Anna Ptak em Varsóvia; Iza Tarasewicz com Nini Palavandishvili e Data Chigholiashvili da GeoAIR em Tbilisi e em Minsk, onde haverá a residência de Karol Radziszewski a convite de Lena Prents em cooperação com a galeria Ў. O projeto será finalizado com uma exibição em Kiev em outubro de 2016 e uma publicação conjunta.
Os refugiados poloneses em Berlim
Na Galerie im Saalbau em Berlim foi planejada uma exposição de escultura, instalações e vídeos poloneses, sob o título provisório "Refugiados" (18.11.2016-16.01.2017). Participarão nela, entre outros artistas, Karolina Breguła, Filip Berendt e Zuzanna Janin.
"A organizadora da exposição - a Fundação Lokal Sztuki que funciona há 10 anos - está interessada no tratamento metafórico do tema do refúgio, sem excluir obras de artistas que se interessam pelo problema da exclusão social, falta de tolerância ou disseminação de tendências conservadoras. Além de tudo, o tema "refugiados" parece interessante para nós no contexto de uma exposição polonesa na Alemanha. Esta exposição se caracteriza por ser uma apresentação subversiva realizada por poloneses que, há pouco tempo, eram refugiados que tentavam fugir do regime comunista para a Alemanha Ocidental" - lemos nos materiais dos organizadores.
Zofia Rydet em Jeu de Paume em Paris
Numa prestigiada galeria dedicada à fotografia em Paris, terá lugar a exposição de Zofia Rydet "Registro 1978-1990" (19.11.2016-28.05.2017). A exposição será a primeira apresentação da artista, e do seu mais conhecido e monumental projeto -"Zapis socjologiczny" (Registro sociológico), na França.
"O ciclo é formado por cerca de 20 mil fotografias, feitas em mais de cem localidades na Polônia, principalmente em Podhale, Górny Śląsk e Suwalszczyzna. Os proprietários das casas visitadas por Rydet - fotografados usando uma objetiva grande-angular, de costume com um flash forte, que retira os detalhes do interior - posam na frente da parede, olhando diretamente para a objetiva. Zofia Rydet continuou repetindo este esquema durante quase três décadas. Convencida de que os objetos e imagens recolhidos dentro dos espaços privados definem as pessoas e "mostram a sua psíquica", ela decidiu iniciar a missão de registrar os interiores de casas polonesas" - escrevem os curadores da exposição, Sebastian Cichocki e Karol Hordziej.
A exposição no Jeu de Paume é uma continuação do projeto de pesquisa e de popularização que diz respeito ao "Zapis socjologiczny". As suas etapas anteriores foram a criação do arquivo on-line e a preparação de uma exposição no Museu de Arte Moderna em Varsóvia - em cooperação com a Fundação de Artes Visuais. Em 2016, será também organizada uma conferência científica internacional e serão publicados dois livros sobre o ciclo de Zofia Rydet previamente mencionado.
Feiras de arte
Numa prévia do que vai ocorrer na arte polonesa em 2016, não poderá faltar as informações sobre a participação das galerias polonesas nas maiores feiras de arte do mundo. A Galeria Leto aparecerá na Art Geneve (28-31.01.2016), onde apresentará as obras de Angelika Markul, Radek Szlaga e Konrad Smoleński. Le Guern irá à Art Cologne (14-17.04.2016) onde, em conjunto com o lokal_30, apresentará as obras de Tomek Baran e Jan Mioduszewski; irá também à Frieze Art Fair em Nova Iorque (5-8.05.2015) – com as obras de Jiri David, Robert Maciej, C.T. Jasper e Tadeusz Rolke, e ainda à Art Vilnius (9-12.06.2016), que este ano é dedicada à arte contemporânea da Polônia. Em Vilnius e na Frieze em Nova Iorque aparecerão também a lokal_30 com a exposição “Arquivo”, na qual estarão presentes as obras de Natalia LL, Józef Robakowski e Ewa Juszkiewicz.
"A participação da galeria lokal_30 na Frieze New York em 2015 foi uma experiência muito interessante para nós. Apresentamos obras vintage de Natalia LL, que foram recebidas com grande interesse. A nossa apresentação foi reconhecida como uma das 10 melhores pelo site Artnet News. O resultado da apresentação no Frieze New York do ano passado foi a aquisição, pela MoMA, do acervo de Natalia LL e PERMAFO" - diz na entrevista concedida ao Culture.pl, Agnieszka Rayzacher da lokal_30.
A atenção foi atraída, também, pela primeira apresentação solo das obras de Rafał Bujnowski na Ásia, preparada pela galeria Raster. Este pintor polonês excepcional terá a sua mostra na Art Basel em Hong Kong (24-26.03.2016).
"Especialmente para esta oportunidade foram preparadas obras que, de uma forma bem caraterística para este pintor, exploram as fronteiras entre a abstração e a figuração entre o processo de pintura e a representação. Uma série de paisagens noturnas é um exemplo da, frequentemente explorada por Bujnowski, sinergia bastante avançada entre o conteúdo e a técnica de pintura; entre a ferramenta e o motivo da apresentação: paisagens escuras, noturnas, aparecem na frente de nossos olhos sob a influência da luz que cai sob o ângulo certo. E é exatamente a luz que constitui o próximo elemento importante nas obras de Bujnowski; luz que ressalta efeitos surpreendentes de superfícies monocromáticas e frequentemente escuras, construindo um espaço ambíguo, ilusório" - lemos na página da galeria.
Ao mesmo tempo, em Hong Kong, terão lugar mostras de dois filmes de 2015 bastante comentados: "Walser" – uma estreia de longa metragem de Zbigniew Libera e o "Performer" (realizado por Łukasz Ronduda e Maciej Sobieszczański), inspirado, protagonizado e atuado por Oskar Dawicki.
Fontes: materiais dos organizadores, elaboralção. Agnieszka Sural, 20.01.2016, tradução para o português: Anna Biesiadecka
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